O Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, afirmou , numa conferência de imprensa em Maputo, que vai deixar a Presidência com “orgulho”, realçando os avanços alcançados durante os seus dois mandatos de dez anos. Nyusi destacou especialmente os progressos na construção de escolas e hospitais como realizações significativas do seu governo.
“Vou deixar o cargo com muito orgulho. Aquilo que não fiz foi porque não consegui fazer”, afirmou o Presidente em resposta aos jornalistas, após uma reunião com o Presidente do Botsuana, Mokgweetsi Masisi, que está em visita oficial a Moçambique.
Nyusi, natural do Norte de Moçambique, sublinhou a melhoria na infraestrutura educacional, mencionando que agora todas as crianças podem frequentar o ensino secundário nos seus próprios distritos, algo que não era possível anteriormente. Ele enfatizou o esforço do seu governo em proporcionar acesso universal à educação e saúde.
Questionado sobre as críticas ao aumento dos níveis de pobreza no país, Nyusi argumentou que “a pobreza é relativa”, sugerindo que o aumento populacional afeta a percepção dos indicadores econômicos. Ele reconheceu que Moçambique ainda enfrenta desafios econômicos, mas destacou que nenhum país está isento de dificuldades sociais como a mendicidade.
Moçambique se prepara para eleições presidenciais em outubro deste ano, que ocorrerão simultaneamente com as eleições legislativas e para governadores provinciais. Nyusi, que lidera atualmente o partido Frelimo, está constitucionalmente impedido de concorrer a um terceiro mandato consecutivo.
De acordo com a Lusa, as eleições deste ano contarão com a participação de Daniel Chapo da Frelimo, Ossufo Momade da Renamo (maior partido da oposição), Lutero Simango do MDM (Movimento Democrático de Moçambique) e Venâncio Mondlane da CAD (Coligação Aliança Democrática).
Nyusi concluiu a sua declaração reiterando que o seu governo nunca subestimou os desafios enfrentados pelo país e enfatizando o compromisso contínuo com o desenvolvimento e progresso de Moçambique.